sábado, 28 de novembro de 2009

O Turista Acidental ou Um Sonho a Menos


Apesar de ainda não estar certa sobre os reais motivos que me fizeram mudar tão drasticamente de ideia,desistir da medicina e fazer jornalismo, sempre que tentava me imaginar "versão jornalista" no futuro, visualiva uma menina descolada de mochila e câmera, ou uma super bem vestida de salto e maquiagem ou uma médica escrevendo no jornal.Eram sempre os mesmo assuntos :turismo, moda ,literatura,cinema e ciência.
Após quatro períodos,continuo achando que não seria capaz de escrever sobre nada além disso, e talvez nem sobre isso.
O livro da norte-americana Anne Tyler me fez pensar se eu realmente serviria para escrever em qualquer publicação sobre turismo.A capa da minha edição é tão atraente que tenho quase certeza só ter comprado o livro por ela e pelo preço camarada típico dos sebos empoeirados que sempre salvam a minha pele.
O Turista Acidental, começa narrando a separação de Sarah e Macon de uma maneira tão corriqueira que chega a ser cruel.Os dois começam uma retrospectiva durante uma viagem de carro chuvosa. Relembram a morte do filho, o relacionamento acomodado, as perdas e ganhos de cada um com tanto tempo de relação e acabam por aceitar de vez a separação.
A partir daí,a narrativa se concentra na triste vida solitária de Macon, um "jornalista" especializado em revistas de turismo.Ele é o cara que tem o emprego dos meus sonhos!Recebe para viajar o mundo todo, ficar em bons hotéis, comer de graça em todos os cantos das cidades e conhecer absolutamente todos os pontos turísticos e até mesmo aqueles lugares escondidinhos que só os nativos conhecem bem. O mais engraçado é que ele reage a tudo isso da mesma maneira que eu reajo aos trabalhos chatos da faculdade: com total indiferença!
O livro não é do tipo que muda a vida de ninguém, mas me fez pensar se o sujeito era só do tipo sem sal, que vive no piloto automático e era tão dependente da antiga estrutura de casamento e rotina que não suportou a mudança drástica ou se realmente não existe nada demais em ser escritor de guias turísticos.
Agora é uma coisa a menos para querer, não consigo nem me imaginar triste daquele jeito, falando da comida de Londres ou dos bares de Viena como quem fala do tempo.Ele não tem uma câmera super legal, não é simpático e divertido, não fala mil línguas ou sabe mil coisas sobre mil culturas.Então eu vou fazer outra coisa para poder ter a minha máquina super legal e sair sorridente pelo mundo, não mais com uma mochila, agora versão mala de rodinha,daquela enorme cheia de zíper e cadeado.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Fazendo as pazes com o Nobel


Para quem tem mania de lista, fazer uma com livros a serem lidos é mais que natural.
Como eu realmente gosto de ler fiz mais de uma listinha.
A principal, e sem dúvida mais trabalhosa, é a lista do nobel.Sim, eu já quis ler um livro de cada ganhador do nobel de literatura.Quando vi que seria humanamente impossível, reduzi a meta: somente a partir do ganhador de 1970. Ainda é muito e por fim decidi que seriam só os livros da ala feminina que já levou o prêmio. Como são só doze penso até em ampliar para dois livros de cada uma!
Sem sorte com o "Projeto Nobel Feminino" apelei para o ganhador de 2008, o francês Jean-Marie Gustave Le Clezio, mas depois de um livro e três contos já sou íntima do sujeito e chamo só de Le Clezio.Ainda não sei dizer ao certo o que foi, mas " O Peixe Dourado" com o enredo complexo e carregado de um drama profundo quase fez com que eu desistisse do primeiro item de outra lista:a de lugares para visitar.
Ver a Paris dos imigrantes, negros, ilegais, quase tirou todo o charme da coisa.O sofrimento da protagonista era tamanho que eu tive vergonha de chorar, com medo de que ela se sentisse aida mais insegura.
Laila foi raptada aos seis anos e levada do Saara oriental para o Marrocos, onde foi vendida para uma velha senhora.Ao longo da trama a menina foge, é molestada por uma médica, vira prostituta e passa por todo tipo de revés que a imaginação fértil de qualquer leitor quiser.E ainda assim, esse livro de 216 páginas conseguiu me convencer de que o Le Clezio é de fato o melhor escritor francês vivo, que a vida nunca é ruim o bastante quando você nunca foi raptado na infância, que Paris pode ser linda nas fotos, mas os frances ainda vão ter que queimar muito pneu para atingir plenamente os ideias da Revolução e que os livros precisam mesmo custar mais barato ou eu precisarei ganhar muito dinheiro num futuro bem próximo. Não fosse a caridade da intercambista portuguesa amiga da minha professora eu jamais teria colocado o Le Clezio na listinha de já lidos.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

felicidade instantânea

Comprar um colar de pérolas muito falsas,mas lindas e baratas.Inventar uma roupa maluca que faz sucesso na faculdade, conseguir a vaga concorrida do curso de culinária, ouvir música boa, executar modestamente um jazz bobinho ao piano, comer pão de queijo saído do forno com coca-cola na garrafinha bonitinha de vidro, lembrar do namorado fofo e ter saudade boa, entender o que o professor de teoria política diz e concordar com tudo, inclusive que o Obama não merece é prêmio nenhum.
Ficar rouca e ganhar própolis de estranhas boazinhas, passar calor e frio em menos de três horas, receber e-mail de feliz dia do professor, falar com a mãe de hora em hora (Vida longa a promoção da TIM) e de tabela saber notícia do pai e da irmã.Assinar a revista preferida e ficar com medo do mês sobrar e o dinheiro faltar, fazer uma oração maluca e muito inventada só pra agradecer a Deus por fazer um dia tão combinadinho de azul,verde e prédio.Assistir a um filme bom,colorido e de um diretor ainda vivo.Ler,conhecer mais escritores sobre bons escritores capixabas.Comprar uma caixa de madeira pra fazer hortinha, esquecer a matéria da prova de francês no primeiro tropeço,voltar a sonhar com as férias, com o verão, com as viagens.
tudo no espaço de um só dia tão feliz que merece ser lembrado

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Klimt + Hilda+ Manoela = Setembro


(Gustave Klimt - O Beijo)



Colada à tua boca a minha desordem.
O meu vasto querer.
O incompossível se fazendo ordem.
Colada à tua boca, mas descomedida
Árdua
Construtor de ilusões examino-te sôfrega
Como se fosses morrer colado à minha boca.
Como se fosse nascer
E tu fosses o dia magnânimo
Eu te sorvo extremada à luz do amanhecer.

(Hilda Hilst- Do desejo)


"O sangue sob as faces era a prova do seu grande crime:o grande crime de viver excessivamente.E não procurava servir-se da vida com aquele exagero à toa: houve um tempo em que júlia acreditava que morreria logo e de forma repentina.Pois se não era uma doença grave e incurável, o que mais poderia ser aquela urgência que pulsava dentro dela e a impedia de ser como as ourtas meninas?"

(Manoela Sawitzki- Suíte Dama da Noite)


Setembro
(nós dois)

terça-feira, 21 de julho de 2009

Bonequinha de Luxo


Não entendo a demora em fazer um post dedicado a um dos meus filmes favoritos.Talvez fosse medo de receber críticas muito duras...nem todo mundo reconhece o valor de um clássico.
A Primeira vez que vi Holly, Paul e a tiffany era tao pequena..quase nem lembro.Depois de ter ficado cara a cara com a loja de joias mais famosa do mundo e passeado por todo o cenário do filme é que me dei conta de que precisava ter ele para assistir quando sentisse saudade de nova iorque ou pra quando o peso das responsabilidades estivesse sufocando.
Holly Golightly ( Audrey Hepburn) é incrivelmente alegre, talvez por isso suas frivolidades não sejam julgáveis.A casa onde ela mora há meses é uma constante bagunça, seu gato não tem nome e para encontrar o telefone é só abrir o forno.
Ela se arruma para visitar um criminoso famoso numa prisão perigosa, serve de avião para mandar recados para o bando e ninguém pode afirmar se ela é burra ou só finge ser.
Um escritor decadente de nome Paul Varjak (George Peppard) muda para o prédio de Holly e do Sr. Younioshi ( Mickey Rooney), japonês organizado que fica maluco quando a bonequinha perde as chaves e atrapalha suas meditações tocando insistentemente a campainha.O escritor do romance "nove vidas" é sustentado por uma mulher mais velha que ele diz ser sua decoradora.Sendo impossível resistir aos encantos de uma Audrey em sua melhor forma, personagem de Peppard cai de amores por ela.São 115 minutos leves, divertidos e despretensiosos, o que me faz discordar do gênero drama em que o filme é comumente enquadrado.Talvez o fato de Holly ser na verdade lula mae, uma moça do interior, casada com um veterinário mais velho e de poucos modos que a tirou da vida de furtos com or irmãos, seja a parte melodramática em potencial, mas por sorte a direção de Blake edwards não permitiu que o filme perdesse o tom leve.Nem as cenas de reencontro e despedida entre Lula Mae e seu ex-marido e salvador Doc Golightly (Buddy Ebsen) são apelativas.
Eu poderia comentar cada sequência do filme que ainda não me cansei de assistir.Mas como nem todo leitor é paciente vou logo a minha sequência favorita: o dia em que Paul e holly saem para fazer coisas que nunca fizeram, o que inclui um passeio pela biblioteca municipal, um roubo de máscaras de ursinhos em loja de doce,ida a tiffany ( onde paul grava num anel de latão vindo de um pacote de biscoitos o nome dele e de holly, já que os preços da joalheria eram completamente inacessíveis para os dois, que apesar de pobretões não perdem a classe por um segundo sequer).Talvez a cena mais conhecida do filme seja a de audrey tocando "moon river" na janela.A música, feita especialmente para o filme,ou melhor, especialmente para audrey que não tinha nenhum treinamento de canto .Sempre que vejo fico feliz por marilyn monroe e kim novak não terem aceitado o papel.Hepburn foi perfeita.
Holly era garota de programa das mais sofisticadas e como tal sonhava em ter uma boa vida dando o golpe em algum milionário.Apesar de apaixonada por varjak ela aceita se casar com o brasileiro riquíssimo José da Silva Pereira (José Luis de Villalonga),dando origem a mais uma cena impagável: enquanto faz tricô mrs.Golightly ouve um disco com frases em português e repete com um sotaque adorável " acho que ela gosta do açougueiro" diversas vezes.
Holly e paul nunca esconderam a personalidade ambiciosa, sendo assim o fato de ambos renunciarem o dinheiro dos parceiros para ficarem juntos faz do final muito feliz.

sábado, 20 de junho de 2009

A Rosa Púrpura do Cairo


É engraçado ver como a visão de um filme muda com o passar dos anos.A primeira vez que vi "A Rosa Púrpura do Cairo", filme de 1985 com roteiro e direção do meu táo adorado Woody Allen,não devia ter mais de 13 anos.Hoje, por razões ainda desconhecidas resolvi assistir mais uma vez já que me lembrava bem pouco do filme.Na verdade a única certeza que tinha é que alguém saia da tela e ia viver no "mundo real".Pois bem, um filme estrelado por Mia Farrow e Jeff Daniels não costuma ser pouca coisa, principalmente quando o roteiro é tão original.
Uma cinéfila em tempos de Grande Deprassão sofre com os modos rudes do marido canastrão, perde o emprego por ser desastrada mas não desgruda do assento do cinema.Já conhecida pelo dono do estabelicmento, Cecília ( Mia Farrow) se encanta com um filme sobre ricos entediados que atacados por tédio súbito decidem visitar lugares "excêntricos e românticos" como o Cairo.É na viagem ao Cairo que os ricaços descobrem Tom Baxter(Jeff Daniels), um " explorador,poeta e aventureiro de Chicago", e resolvem levá-lo à Manhatam para um pouco de diversão.O filme era " A Rosa Púrpura do Cairo" e foi assistido pela mocinha sonhadora cinco vezes até o dia que Tom olha dentro dos olhos dela e diz que está apaixonado, saí da tela e vai conhecer o "mundo real".O elenco fica na tela questionando a saída de Tom e o destino do filme enquanto os espectadores,perplexos, exigem reembolso.O ator que deu vida a Baxter no filme, obviamente também interpretado por Jaff Daniels,se chama Gil Shepherd e aparece para convencer sua criação a voltar para as telas, mas conhece Cecília e forma com ela um dos mais bizarros triângulos amorosos da história do cinema.Não considero o marido da protagonista parte do triângulo pois eles já estavam em processo de separação e ela o descarta quando prefere sair com o poeta de chicago a fazer massagem nas costas do cônjuge.
O intrépido aventureiro vindo das telonas se mostra um doce e dedicado apaixonado, divertido com suas indagações sobre a realidade e o livre arbítrio e encontra em Gil um rival a altura.Apesar da postura altiva e egoísta do início, o ator iniciante tem um lado agradável e apaixonado,protagonizando uma cena típica das comédias românticas :um dueto musical no qual Mia toca ukulele e Jeff canta magnificamente.
Depois de encotrar e beijar Gim, Cecília vai ao encontro de Tom, que a transporta para o filme.Eles se divertem como a mocinha nunca imaginou que fosse possível até que Gim reaparece e a convence que é melhor que ela se case com ele para ter uma vida real, já que Baxter não passa de sua atuação atrevida que teimou em ganhar vida.Dividida e muito confusa a garota decide pelo mundo real. Woody Allen não faria um romance tão deslavado com direito a final feliz.É claro que o ator abandona a mocinha de malas feitas.Após briga definitiva com marido e súbita fuga de quem julgara ser seu verdadeiro amor, Cecília vai à estreia do novo filme de Fred Astaire e Ginger Rogers na úlitma cena.
Um filme sobre a Grande Depressão que não pretende mostrar o óbvio já merece meu respeito.Na verdade, Allen por si só já merece o meu respeito,afinal nunca escondi a minha predileção pelo cineasta norte-americano(espero que ainda com hífem).O tom leve e despretensioso não prejudica a reflexão possível sobre a liberdade de escolha dos humanos e também a multiplicidade de interpretação de uma mesma obra,manifestada no caso do filme na autonomia que os personagens conquistam.Muito mais do que uma quase-comédia romântica.De todos os filmes que já porduziu,atuou,escreveu, A Rosa Púrpura é um dos favoritos de Allen, e devo confessar, meu também.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Janta


_Vou chupar laranja.
_Ah não, vamos fazer suco..
_Mas o gosto é o mesmo
_ eu sei, mas tenho preguiça de chupar a laranja.
_Vou fingir que não ouvi.Ao suco então.
_Argh, não gosto de fazer suco porque o sumo me faz espirrar.
_NÂO REPITA ISSO.
_Repetir o quê? que não gosto de fazer suco???
_Não.Essa palavra indecente.
_Mas eu não falei palavra indecente...claro que não.
_Falou sim.Muito feia essa palavra.
_Sumo??
_NÂO REPETE!
_Nossa, se sumo é indecente bagaço é o quê?
_Não, bagaço tudo bem o problema é essa outra aí.
_ Essa outra qual? SUMO?
_PARA!
_Não fica assim, dizem que todo mundo precisa fazer terapia ao menos uma vez...talvez seja a sua hora, querido.
_É só não ficar falando esses palvrões por aí que fica tudo bem...não pega bem pra uma mulher como você ficar dizendo essas coisas.
_Perdi a vontade de fazer suco.
_E eu de tomar.
_Tem bebida artificialmente gaseificada a base de coca na geladeira.
_Tudo bem, pode falar .Coca-cola não é feio.

terça-feira, 26 de maio de 2009

O best dos best-sellers


"_Daniel, o que você vai ver hoje não pode conta a ninguém - advertiu meu pai"

A Sombra do Vento - Carlos Ruiz Zafón
(2007 ) 400 pág 1ª Edição


Dois protagonistas, duas mocinhas sagazes, um bando de coadjuvantes divertidos ,misteriosos e repletos de frases espirituosas.Como Cecília costuma dizer, questão de tempo até virar filme. Os elementos hollywoodianos são gritantes, o roteiro já veio pronto.Tem a parte emocionante, a parte romântica, a outra parte emocionante, possíveis passagens assustadoras..meio sombrias.O negócio é que Barcelona é sempre um bom cenário (vide Vicky Cristina Barcelona), principalmente quando Daniel Sempere é levado pelo pai, um livreiro calmo e carinhoso,para conhecer um "cemitério de livros". Lá o garoto escolhe um livro e passa a ser o "guardião" dele.O livro em questão era "A Sombra do Vento", escrito por um completo desconhecido: Julian Carax.
A paixão que o garoto,na época com 11 anos,tem pelo livro faz com que toda a sua vida gire em torno de descobrir mais sobre Carax e seus outros livros, que foram queimados sem motivo aparente ,tornando o seu exemplar de "A Sombra do Vento" único.
Para evitar insultos não vou contar o fim ou o meio,na verdade nem o início só posso dizer que é o melhor dos bests sellers das últimas semanas...Melhor que O cachorro & Ele ( Marley & Eu), melhor que O Vendedor de Pesadelos(sim, é aquele do augusto tempero),melhor que A Choupana...Agora é só esperar um diretor cheio da grana contratar um bonitão para ser o adorável Daniel, um famoso com muita maquiagem para ser o desfigurado Carax ( e um outro bonitão para sê-lo enquanto jovem galante) sem esquecer as duas mocinhas branquelas e esbeltas : Bea, par de Sempere e protagonista de cenas quentes no banheiro abandonado da casa velha e assombrada e Penélope,par de Carax e protagonista de cenas ainda piores no quarto da empregada.


escrito ao som de ballgame ( Kevin Devine)

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Permeailidade Seletiva

Primeiro foram os pingos na água lamacenta da lagoa seguidos por uma brisa fresquinha.
Aí vieram os barulhos engraçados de sombrinha abrindo, guarda-chuva sacudindo e capa de chuva sendo desenrolada. E eu continuava seca..
o céu , antes multicolorido, foi tomado por nuvens cinzas.E eu? sequinha...
As marquises cheias, a calçada quase vazia...comecei a me achar impermeável.
A chuva cessou.Cheguei ao meu destino.
Por me achar imune aos pingos gelados, perdi a sombrinha, não comprei uma capa , e os guarda-chuvas muito grandes e pouco práticos nunca foram uma opção.

Hoje o dia amanheceu chuvoso, mas uma pessoa impermeável não precisa se preocupar com esses pequenos detalhes...Desci. Me molhei!

Meta do dia : comprar uma capa, um guarda-chuva ( dos maiores e coloridos com cabo de madeira) uma sombrinha que cabe na bolsa.Precaução e caldo de galinha não fazem mal ,afinal de contas ninguém consegue ser permeável todo dia.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Pequenos Divertimentos Inúteis - Segunda Parte

Aviso:esse pequeno divertimento inútil é válido somente para os entediados(você que até tem coisas para fazer, mas se rende ao ócio e viva na preguiça, se pudesse se alimentaria de luz solar, mas ainda assim reclama que a vida é um mar sem ondas, um jardim de terra e uma pista de f1 sem carros) ,inquietos(sim, você que começa uma coisa pensando em fazer outra e termina em uma terceira completamente distinta)ou portadores de ligeira infelicidade crônica (você que desfruta da companhia desagradável de uma pontadinha chata de tristeza que bate dia sim e outro também).

Agitando a sua vida medíocre em 4 passos - guia de superação de pequenos traumas baseado em fatos reais.


1º passo:
pense numa atividade que cause prazer
Ex1: você costumava lavar o carro do seu avô para ganahr um troco e se divertia incrivelmente fazendo isso...então nada mais justo que volte a lavar carros para se divertir.
Ex2: quando criança o quente era brincar de jardineiro com a tia.Aproveite o dedo verde e vá aparar a grama da vizinhança, podar umas árvores ou plantar um pé-de-qualquer-coisa(é tão lucrativo quanto lavar carros)

2º passo: passe muito tempo planejando o que vai fazer assim que conseguir cumprir sua meta, como vai cumpri-la, quanto tempo vai gastar e a melhor maneira de deixar seus amigos morrendo de inveja por só você ser capaz de sair da depressão profunda sem drogas ou tratamentos de choque em clínicas clandestinas .( é necessário concentrar todas as energias positivas no planejamento para que ele funcione corretamente : energia positiva atrai coisa boa, caro leitor.)
3º passo: desempenhe a bendita tarefa , pois existe um grande risco de desistência caso o planejamento se estenda por muito tempo...
4º passo: procure outra tarefa...o divertimento se esgota assim que a tarefa passa a ser uma obrigação e seus amigos já não te acham mais a pessoa mais extraordinária do mundo.

o tratamento é somente um paliativo , pretendendo apenas evitar que o paciente _digo,leitor_ se transforme numa massa azul turquesa de ansiedade.Afinal de contas todo mundo sabe que tédio e inquietação não tem cura.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Quase
Màrio de Sá Carneiro


Um pouco mais de sol - eu era brasa,
Um pouco mais de azul - eu era além.
Para atingir, faltou-me um golpe de asa...
Se ao menos eu permanecesse aquém...

Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído
Num grande mar enganador de espuma;
E o grande sonho despertado em bruma,
O grande sonho - ó dor! - quase vivido...

Quase o amor, quase o triunfo e a chama,
Quase o princípio e o fim - quase a expansão...
Mas na minhalma tudo se derrama...
Entanto nada foi só ilusão!

De tudo houve um começo ... e tudo errou...
- Ai a dor de ser - quase, dor sem fim...
Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim,
Asa que se elançou mas não voou...

quinta-feira, 12 de março de 2009

domingo, 8 de março de 2009

As cores e as coisas

Coisas são sempre coisas. Independente do dia ou da hora. As cores as vezes sofrem variações de acordo com a hora do dia, mas nada muito significativo.Continuam sendo vermelho, amarelo e verde. Mas quando eu fico triste, as árvores não parecem ser como todos os dias. E o azul parece mesmo ser a cor da tristeza. Um amigo certa vez perguntou se as coisas estavam mesmo daquele jeito ou era o dia. Agora eu sei a resposta : foi mesmo o dia

sexta-feira, 6 de março de 2009

O curioso caso de David Goldman

David Goldman é americano e pai de um filho que ele não vê há cinco anos.o motivo ? a brasileira mãe da criança e (ex)mulher de David sequestrou o garoto quando ele tinha apenas 4 anos.E logo em seguida casou-se com um famoso advogado brasileiro, que cuidou do processo de separação e de toda a trambicagem que impediu o pai de ver o filho durante as inúmeras vezes que este veio ao Brasil na tentativa de reaver a guarda da criança ou ao menos saber se ele ainda o reconhecia.Não satisfeita em terminar o casamento por telefone, roubar a criança, impedir o pai de vê-la e casar com outro, a brasileira cujo nome já não me recordo, engravidou e morreu no parto, o que dificultou ainda mais o processo, pois o famoso jurista carioca adotou o filho de Goldman alegando paternidade afetiva.Acho justo, a pobre criança não deve mesmo se lembrar do pai biológico, que gastou todo o dinheiro que tinha pagando advogados, passagens dos EUA para o Brasil, hotéis, carros alugados e presentes para o filho que nunca mais teve notícia.
A Convenção de Haia, tratado feito entre Brasil e EUA com a finalidade de repatriar crianças roubadas nunca foi cumprida,mas mês passado pais e filho finalmente se encontraram.
O caso vem ocupando as manchetes de revistas e jornais de ambos os países, o que fez com que o caso fosse reaberto e voltasse a caminhar.
Curioso sim, afinal de contas não é todo dia que uma ex-modelo rouba o filho do pai e foge para o Brasil.Mas infelizmente o curioso caso de David Goldman ainda não tem fim. Parece coisa de filme.Eu arriscaria até um palpite: mais uns anos e algum diretor baladinho aproveita a ideia e faz um super roteiro adaptado da realidade.E do jeito que as coisas vão, até Oscar ganha.
Mas se ninguém aproveitar no cinema, o Silvio Santos faz um especial e fica tudo resolvido.O importante é não perder a notícia.

terça-feira, 3 de março de 2009

Pequenos divertimentos inúteis

"Olhos nos olhos, quero ver o que você faz...."

Andar com passos largos e firmes olhando bem no fundo dos olhos de todos os estranhos que cruzarem o caminho.Nada mais divertido. A maneira mais rápida, fácil e prática de desarmar um ser humano. Alguns ainda resistem e respondem com um sorriso patético, mas a grande maioria faz cara de nada e treme por dentro. As pessoas tem medo de quem as olha nos olhos, sabe como é..dá pra ver a alma.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

É Carnaval !!


Na entrada uma abelha passava apressada com um bloquinho de pedidos.O cacique frenético ensacolava tudo e a marinheira gentilmente perguntava: " tem vinte centavos pra facilitar o troco?"

Gueixas,bailainas e bruxinhas corriam com sacolas. A moça alta se impacientava com a movimentação alegre embalada pela marchinha triste:


"Bandeira branca amor. Não posso mais
Pela saudade que me invade
Eu peço paz
Saudade mau de amor, de amor
Saudade dor que dói demais
Vem meu amor
Bandeira branca, eu peço paz"


_Quantos pães?_perguntou a palhacinha

_12 bem morenos_ respondeu a moça distraída


É carnaval , mas a saudade é mau de amor que dói demais




quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Todo Carnaval tem seu fim


"Todo samba tem um refrão pra levantar o bloco"
car.na.val sm (ital carnevale) 1 Folc Período de três dias de folia que precede a quarta-feira de cinzas, durante o qual, com o afrouxamento das normas morais, se dá o irromper de recalques, por meio de danças, cantos, trejeitos, indumentária diversa da habitual etc. No Brasil aparecem após a guerra do Paraguai, como forma nova do entrudo. 2 Folguedo, orgia. 3 Mascarada.
Só não digo que é por isso que o país não vai pra frente porque em tempo de Carnaval, onde até samba-enredo é batido, tenho evitado o clichê...

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Enjoy the silence






"but you wont believe what love can do till it happens to you "




Duas pessoas, quatro cadeiras e um garçom.Calor, coca-cola gelada e silêncio.

Seriam namorados aqueles dois? Ela com as mãos pousadas na saia e o olhar perdido.Ele brincando com o copo de coca.

O garçom fingia ajeitar o arranjo da mesa enquanto observava por detrás dos óculços grossos aquele estranho casal, que não se tocava,não se olhava ,não falava e parecia nem respirar.

O tempo corria, e ao fundo uma balada antiga que não comovia.O silêncio ensurdecedor perturbou o garçom que se foi.Tinha medo.

A comida não chegava,a bebida acabou e o rádio insistia nas baladas.O garçom não resistiu e voltou ao arranjo só pra ver qual dos dois romperia o silêncio.
Levantaram-se ainda em silêncio.Deram as mãos timidamente e tudo de súbito fez sentido.O silêncio vinha dos outros e não deles.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Pequeno tratado sobre a programação novelística diária da TV Globo

Férias, calor e tédio..combinação que não pode resultar em nada além de tv e ventilador o dia todo( no caso de pessoas dadas ao ócio como eu).Na falta de tv paga, a audiência vai mesmo pra deusa platinada.Começando cedo com Malhação e a sua fórmula mais do que desgastada , atores inexperientes e inexpressivos envoltos num enredo maluco cheio de maldade e lágrimas da pobreprotagonista injustiçada.Em seguida temos uma mistura de novela temática e filme de ação, um verdadeiro samba do crioulo doido: o negócio é da China mas o maior núcleo é português e todo mundo vai parar no hospital no fim das contas.Graças ao horário de verão, o sol ainda escaldante acompanha as Três irmãs de Caramirim.Trama sem sal cheia de bons atores sendo tristemente desperdiçados (Caruso, volta pro teatro, por favor!!).E agora, o crème brûlée das organizações Marinho : a novel das oito que começa depois das nove.
Caminho da Ìndia tem intenções nobres: levar um pouco da cultura indiana ao povão ( desculpa esfarrapada pra aumentar audiência, é claro)e para que o objetivo seja alcançado nada mais natural que uma enxurrada que bordões e nomes estranhos, e principalmente cenas cheias de drama onde cada personagem se esforça ao máximo para contar o maior número de lendas e costumes do país em uma única cena.O Saara já está abastecido com as mantas e brincos de Maya, e certamente muitos pais batizarão seus filhos de Raj, Bahuan, Maya ou qualquer outro nome que soe indiano o bastante para fazer a devida homenagem à novela.Nada contra Glória Perez, pelo contrário.Acho muito justo o esforço que ela faz para colocar um esquizofrênico, um núcleo indiano, uma rebelde sem causa e um bando de socialite chata numa novela só.Espero que as novelas temáticas cresçam sim, porque todo mundo ganha vendo todos aqueles cenários magnifícos filmados em película de filme ( bendita seja a globo cheia da grana), mas por favor, sem exagero,moçada...quem aposta que no carnaval nove entre dez crianças trajarão lenços amarrados na vã tentativa de criar um sari,olhinhos pintados de preto e um terceiro olho esperto ?

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Summertime


taking advantage of the season-Praia do Morro ( Guarapari)
Ahhh o verão
pernas descobertas, cabelos ao vento..chuvas torrenciais ao fim da tarde mais quente
aaaah o verão...
livros,areia,calor(infernal), música
fila na padaria, no mercado e engarrafamento(de carros,de pessoas)
ah, o verão!
deixa pra mais tarde