sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Acorda amor

Foto da série estou-de-férias-e-não-tenho-mais-o-que-fazer



"the lights go on the lights go off
when things don't feel right
i lie down like a tired dog
licking his wounds in the shade
when i feel alive
i try to immagine a careless life
a scenic world where the sunsets are all
breathtaking"




_ Acorda
_ Não
_ Fiz café...quer?
_ Não
_ Vai se atrasar pro trabalho
_ É
_ Acorda logo!
_ Não..deita aqui um pouco
_ Não
_ Chata
_ Preguiçoso ! Vai logo,amor...prometo dormir o resto do dia por você
_ Engraçadinha
_ E o café?
_ Não
_ Última chance ..levante agora ou perca o emprego para sempre
_ Só levanto se você responder uma pergunta
_ Fala
_ Você me ama?
_ Não




segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O Nietzsche é pop. O Nitzsche não poupa ninguém

"Para a maioria, quão pequena é a porção de prazer que basta para fazer a vida agradável!"

O encontro casual com um surrado exemplar de " O Anticristo" motivou uma longa reflexão sobre o fenômeno pop mais contraditório que já vi : um velho alemão ranzinza e petulante ( para os que não sabem, Friederich se achava o último halls de melancia do tubo). O fruto da reflexão será publicado em versão reduzida, em decorrência de uma tenebrosa "chuva -fina- alimentadora -de- preguiça".
NIetzsche com suas teorias pessimistas e desconstrutoras, abocanhou postumamente um séquito de leitores jovens e soturnos.Ficou conhecido como o filósofo do martelo, pois quebrava tudo com suas frases de concreto , como por exemplo " O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte." ou ainda "Torna-te aquilo que és.". A descrença na humanidade, o repúdio às paixões e a gama de influências que ele exerceu na produção artística do mundo ocidental contemporâneo, fez com que os jovens se interessassem não por filosofia alemã , mas sim pelo ícone pop que nietzche se tornou.Sabe como é, aquele roqueiro famoso lê e aquela atriz diz que ele mudou a vida dela ( e vai seguindo assim).
O que mais me perturba é saber se as editoras perceberam os anseios de um público sedento por uma boa dose de mau humor prolixo e rebuscado, recheado de verdades duras e previsões desconcertantes sobre o futuro da humanidade, fazendo com que seja possível encontrar livros do bigodudo nos locais e edições mais variados: de prateleiras de supermercado a postos de conveniência..sem contar as bancas de revista.Mas será que não foram as editoras que provacaram essa inundação nietzchiana na mídia e nas prateleiras? e só a partir daí é que o público, vencido pelo cansaço, passou a considerar a hipótese de levar para casa um belo enfeite de prateleira: barato e que costumava dar um ar intelectualóide.Não me atrevo a dizer de quem é a "culpa" , mas o autor certamente ficaria feliz com tanta polêmica em torno do seu nome...Já ganhou até versão explicada e uma espécie de ficção de fácil entendimento ( sim, é best-seller o nome disso)" Quando Nietzsche chorou", que talvez não o deixasse assim tão feliz, apesar de não ser um livro ruim...
Alguns culpam a violência e o individualismo como principais motivadores do crescimento de um nicho editorial que preza pela auto-ajuda do indivíduo.Particularmente não tenho nada contra os leitores sombrios e revoltados com o mundo, que se aproveitam das dicas de zaratrusta, O Super-homem,para odiar ainda mais o mundo , no fundo a motivação é mesmo conhecer a si mesmo. Eu confesso que meus motivos não foram assim tão revolucionários e nobres, só comecei a ler porque era barato e tinha a capa bonitinha ( primeiro livro adquirido aos treze anos na banca da rodoviária: A genealogia da Moral, papel pardo e na capa,verde , O pensador, do grande Rodin) mas deixo aqui registrado que sem um conhecimento do contexto histórico e também da vida do autor ( eita vidinha problemática) , a possibilidade de ocorrer uma falha de compreensão é enorme.Em suma, nada mais comum do que ver em estampas de camisetas, faixas de protestos, muros de grandes cidades e blogs( viva a tecnologia, viva a liberdade de expressão)frases desconexas e carregadas de uma ideologia pesada, que infelizmente se perdem e reduzem a obra do grande mestre à lixo de adolescente metido a revolucionário.Pedido encarecido de quem, após um longo hiato com o autor ( aos treze anos ninguém entende de verdade o que "É pelas próprias virtudes que se é mais bem castigado" quer dizer) retomou de maneira um pouco mais consciente a leitura , por favor, cuidado! esses alemães são um perigo pra cabeça da gente...

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Capitu


'olhos de cigana oblíqua e dissimulada'.

Luiz Fernando Carvalho, diretor de produções irreverentes, como Hoje é Dia de Maria e A Pedra do Reino, aposta agora na microssérie Capitu, baseada na obra de um dos maiores escritores de Língua Portuguesa ( e aniversariante de 100 anos de morte 0.0). Segundo o autor, um dos objetivos da produção é tornar o tão temido ( e odiado) Machado de Assis uma espécie de ícone pop (guardadas as devidas proporções da livre interpretação da autora do blog).Eu duvidei...e já não duvido mais. Trilha sonora que passeia pelo convencional e batido, atingindo pontos inesperados de um rock nunca visto nessas bandas televisivo-globais-de-época.Alías, se a onda é apostar nas produções teatrais, abusando de cenários à la Lars Von Trier(leia-se muito chão e pouca mobília) e figurinos Moulin rouge(e que belos figurinos), Capitu não só surpreende como agrada...narração em off muito bem feita ( ainda que os críticos não gostem) e um texto de tirar o fôlego ..detalhista até a última vírgula...

Falar mal da Globo é modinha...assim como os grandes impérios, a deusa platinada tem lá seus problemas.Nada que não possa ser superado ..espectadores sao facilmente convencidos...só investir pesado numa produção impecável como esta e tudo fica resolvido..podem manipular a vontade...e pra aproveitar a deixa e não perder o clichê da vez ..será que vão defender a ingenuidade de Bentinho ( na minha terra chama é de cornus mansus, do latim : frouxo) ou a saliência de Capitu? façam suas apostas...Machado agradece a audiência...

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

24 horas na vida de uma mulher


*Foto- Stefan e Elizabeth Zweig: suícido em terras tupiniquins, a nova moda vienense...Freus explica*
Livro publicado recentemente pela editora LP&M Pocket numa edição prática e barata, a obra de um dos escritores favoritos de Freud dá nome ao post.


A história de uma viúva é narrada por ela própria a um desconhecido.O hotel em que as personagens se encontravam é o cenário do motor que impulsiona os fatos seguintes: a fuga de uma mulher casada com um galante anônimo. O julgamento que os hóspedes do hotel fizeram sobre a atitude passional dessa pobre mulher, que abandonou as filhas ainda crianças e o marido, para viver uma tórrida paixão proibida com um recém-conhecido que havia conquistado a simpatia de todos no recinto( afinal, um francês, simpático, bem apessoado e prestativo ,chamaria memso a atenção em qualquer lugar) motivou a senhora distinta a fazer confissões ao narrador da trama, aliás, a narrativa é dividida em dois

momentos, a fala da viúva em momentos de confissão , e os comentários ácidos do "narrador-personagem oficial".


24 horas na vida de uma mulher , título relacionado ao drama da viúva, que após a morte do marrido faz algo semelhante a mulher do hotel: vive um romance avassalador, com duração exata de 24h infernais, com um viciado em jogo que ela havia conhecido ( em todos os sentidos) num Cassino, é uma das histórias mais conhecidas do escritor vienense e também carioca, que para surpresa de muitos se suicidou com a esposa em Petropólis, onde moraram por um longo perído.

Entretanto, o objetivo principal não é resenhar , resumir ou fazer qualquer tipo de análise da obra extremamente psicológica e descritiva de Zweig, o queridinho de Freud e diversos outros intelectuais, mas sim contar o meu mais recente drama: como sobreviver às 24 horas que se seguem antes do meu retorno ao lar...resumindo, tô de férias, galera!!!!!!!

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Divagações sobre o nada e a coisa alguma

"O Jardim das delícias terrenas, Bosch* ao som de last shadow puppets



Questionaram-me sobre a origem desse humilde blog ( do original, "por que você fez um blog?"),estranhamente após uma longa e anônima existência dele (provavelmente o questionador esperava alguma justificativa da minha parte) .Eu, surpresa, respondi que fora um ímpeto ( do original, " por que deu vontade,ué)e uma "exigência profissional", visto que uma futura comunicóloga ( porque jornalista anda muito decadente, demodé e sem dinheiro) precisa divulgar e expor seu "trabalho".
Um longo perído de tempo após o primeiro golpe que questionou a existência inquestionável de um blog que ainda vive restrito ao público familiar , composto basicamente por 6 leitores fiéis,incluindo a bela mãe, o paciente namorado, e as freqentemente ameaçadas de morte que por um mero acaso dividem teto comigo * valeu,cecília,pelo apoio e estímulo* , além do autor da segunda pergunta polêmica : " se o blog é sobre o que não é, vai falar do nada então?"
Para perguntas relacionadas ao nome controverso eu já estava preparada...as coisas que não são tem uma complexidade grande demais para o meu intelecto diminuto, logo seria muita pretensão escrever sobre o que ainda não existe, sendo portanto muito mais fácil usar a boa e velha desculpa do " tema livre",já que a "vantagem-mor"do blog é permitir o neologismo e a liberação de idéias completamente infundadas,como por exemplo a que acabei de pensar quando escrevi que o tema era livre: o Bauman ( teórico desprovido de noção e amor pelos estudantes em fim de período) disse algumas coisas ,incompreensíveis,sobre a liberdade não existir mais, agora que o individualismo tomou conta e as pessoas só funcionam na base da coerção,embora necessitem de segurança, que por sua vez é sacrificada em nome da liberdade a qualquer preço.
Ó céus, Ó azar, nem meu tema é livre...
continuaremos com a chuva então...ela ao menos molha ( e inibe o pensamento, que por sua vez inibe a criação de neologismos e idéias infundadas estúpidas..ai droga, então o blog não tem mesmo razão de existir..ai ai )

sábado, 22 de novembro de 2008

chuva: a mais nova e louca obsessão



"Blue

Strange colour blue

Coming back to you

Pushing through

Pouring rain

Nearly there"



_chuvinha romântica hoje


_ é, igualzinha a que deu quando você esteve por aqui


_você gostou?


_mais do que qualquer outra coisa


_fala a verdade,não precisa mentir pra mim


_já sabe quando volta? eu continuo esperando..desde o momento em que você partiu ( e eu, fingindo um sorriso amarelo pra segurar as lágrimas te deixei ir)...






odeio chuvinhas românticas seguidas de diálogos melosos de casais felizes...


ai , esse tempo que não melhora!


quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Pouco ou quase nada

"Quer pouco: terás tudo.
Quer nada: serás livre."





Ando me divertindo com tão pouco que quase nada me diverte...

versinho



Se a tua felicidade dependesse dos meus versinhos

seríamos duas pessoas muito tristes.

Bernardo que me desculpe, mas brincar com versinhos não é coisa que se faça...

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Dançando com lobos na chuva





Os dias andavam ruins e a chuva forte.Você não veio e eu fui...me entregar a chuva, que caía pesadamente sobre tudo.O mundo ia acabar e eu ia junto com ele pro fim, se é que existe mesmo o fim de qualquer coisa.


Enquanto eu me encharcava e via as gotas caindo nas folhas e as bolhas que se formavam nas poças_ah,como dançam bem as bolhas e os lobos e os tolos,ah como são felizes os tolos_os carros passavam gritando : " sai daí garota, você vai ter uma pneumonia" e dentro de mim uma outra voz gritava: moço, tem dia que o corpo se fecha pra essas coisas...

hoje é o dia do meu.